"Diante da dificuldade está a oportunidade"
Kiichiro
Toyoda, presidente da Toyota Motor Company, se viu diante de um grande dilema
para a época – a demissão de 25% do quadro de funcionários devido à crise
econômica da empresa. Agravava-se o fato, principalmente devido às políticas
sindicais americanas já terem grande influência sobre os sindicatos japoneses.
Após uma extensa negociação com o sindicato, foi decidido que:
- 25% do quadro de funcionários seria,
efetivamente, demitido;
- Kiichiro Toyoda renunciaria ao cargo;
- Os funcionários não demitidos da Toyota
receberam garantias – emprego vitalício e pagamento atrelado à senioridade e
lucratividade da empresa, além de moradia e recreação.
Em
contrapartida, os funcionários deveriam ser flexíveis quanto às suas funções e
terem interesse direto na melhoria dos resultados da empresa, uma vez que estes
também se beneficiariam. Assim, nasce um vínculo trabalhador-empresa jamais
visto até então.
Uma
vez que, agora os funcionários eram custo fixo da empresa, fazia todo o sentido
investir nestes e melhorá-los, para que dessa forma pudessem extrair o máximo
de capital humano destes.
Esse constituiu um dos fatores-chaves
do sucesso do novo modo de produção que surgiria.
Taiichi
Ohno, entendendo que os trabalhadores eram o bem mais precioso da organização,
sabia que a retenção de informações por parte destes, informações quais
poderiam melhorar os processos não deveriam ser perdidas (ou que morressem com
estes). Taiichi Ohno e sua equipe envolveram os trabalhadores em atividades de
melhoria dos processos, com participação efetiva, o que até então era algo
inovador.
Como
qualquer gestor de produção, Taiichi Ohno enfrentou grandes problemas, mas
superou cada um deles, tal como a baixa quantidade de capital disponível não
permitiria que uma prensa fizesse somente um modelo de peça, mas cada máquina
da Toyota precisaria estampar uma determinada família de componentes,
logicamente, numa quantidade menor do que as aplicadas no complexo Rouge e
envolvendo as melhores práticas para troca de ferramentas, sem perda excessiva
de tempo.
Os
capítulos seguintes tratarão das ferramentas implantadas por Taiichi Ohno e a
equipe Toyota, ferramentas quais foram – e são – testadas durante muitos anos e
levaram a Toyota a um patamar de excelência e liderança.
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Ao
perguntarem a Ritsuo Shingo, filho de Shigeo Shingo (um dos nomes que serão
abordados nos capítulos a seguir) sobre como ele descreveria o TPS nos dias
atuais, uma equipe obteve a seguinte resposta:
“TPS é o acúmulo de pequenas ideias
de todo mundo.
(...) Mesmo o TPS, está mudando. O
TPS no passado não é o TPS de agora. Mudando, dependendo da situação. O TPS é
muito flexível e tentamos ajustá-lo a uma situação atual.
Você não precisa ser muito rígido.
Oh! Esse é o TPS? Vou copiar isso. NÃO! Você conhece o TPS, digere o TPS então
aplica a uma situação.”
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