A ISO como instituição
Em 1946, representantes de vários países de diversos continentes e blocos econômicos decidiram criar uma organização internacional com o objetivo de unificar normas industriais. Essa organização sediada em Genebra, capital da Suíça começou a funcionar oficialmente em fevereiro de 1947 com a denominação de ISO-International Organization for Standardization, que em português vem a ser Organização Internacional para Padronização.
Atualmente presente em mais de 160 países, a ISO se tornou figura essencial no quesito “padronização de atividades correlacionadas” e é uma das entidades mais conhecidas mundialmente.
De forma internacional e considerando diferenças socioeconômicas e culturais, a ISO concilia interesses de produtores, usuários, governos e comunidades científicas no preparo de normas. Seu trabalho é desenvolvido por mais de 2700 grupos técnicos compostos por especialistas de todo o mundo.
Os objetivos primários da normalização são:
- proporcionar meios mais eficientes de trocas de informações entre cliente e fabricante;
- proteger a vida e a saúde de trabalhadores e comunidades;
- eliminação de barreiras técnicas e comerciais, evitando a existência de regulamentos conflitantes sobre bens e serviços em países de diferentes costumes;
Principais diferenças entre as versões 2008 e 2015
A nova norma baseia-se em princípios muito mais benéficos às instituições e condizentes com o mercado para os próximos 10 anos, pelo menos. Dentre as principais características próprias dessa norma destacam-se:
- 10 itens (cláusulas) ao invés de 8 da versão 2008 o que facilita a comunicação e entendimento em sistemas de gestão integrados ISO 9001/14001, uma vez que a ISO 14001 2015 também possui 10 itens, todos estruturados segundo os mesmos princípios.
- a base do sistema de gestão torna-se o pensamento baseado em risco, desafiando a organização a analisar seus riscos e planejar o que fazer para conter e até eliminar esses riscos.
- como o risco tem sempre 2 aspectos (o positivo e o negativo), a organização no contexto de seu negócio poderá prever além de ações para o caráter negativo de seus riscos, ações para melhorar seu sistema, que vem a ser seu caráter positivo.
- ênfase na liderança para com a responsabilidade com a eficácia do SGQ.
- não haverá mais o “representante da direção”, o que tornará ainda maior a responsabilidade da alta direção para com o sistema.
- mais foco nos objetivos da qualidade como incentivo a melhorias.
- os requisitos relacionados com recursos necessários para operação e manutenção do sistema estão agrupados e mais abrangentes.
- maior atenção no controle de serviços externos, algo que sempre gerou dúvida nas empresas que operam com o SGQ ISO 9001 2008 nos requisitos pertinentes à aquisição (7.4).
- ênfase no planejamento de mudanças, o que endossa o pensamento baseado em riscos.
A nova versão da ISO 9001 torna-se uma norma menos documental, mais viva, com foco nos resultados e na gestão de riscos do seu negócio, considerando agora os requisitos de todas as partes interessadas. Entendamos:
A figura acima representa o sgq proposto pela ISO 9001 2008 em uma unidade de negócios genérica, com cada processo planejado, operante, monitorado/medido e melhorado onde aplicável. Podemos dizer que, o sgq proposto pela norma ISO 9001:2008 considera basicamente requisitos do cliente e faz a gestão sobre seus processos internos e fornecedores.
A figura acima demonstra o sgq proposto pela ISO 9001:2015, que leva em conta os requisitos de todas as partes interessadas (toda aquela parte que, caso falhe ou a organização falhe para com ela, resulte em risco à organização), além da gestão de riscos dos processos.
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